Nasce, Zé da Goiva



Como postei anteriormente, aliás a muito tempo atrás, porém nada de direto do túnel do tempo porque a Rede Globo ja patentiou as coisas que vem diretamente do túnel, estou voltando aqui para mostrar o que produzi através da linóleogravura.

Talvez você nao entenda quem é esse sujeito ai cheio de roupas de frio, com uma cara cismada e um olhar estranho aparentemente surreal, mas o importante é ressaltar que trata-se de um ícone do centro curitibano - isso um ícone desconhecido - como uma espécie rara de curitibano, hoje vista como arcaica e quem sabe alienigina. (Das duas vezes que vi este ser peregrinando nunca estava entre amigos ou conversando).

Sábado à tarde ou terça, tanto faz, depois do almoço ou das seis ele passa batendo a bengala nas calçadas da Praça Osório ali perto do saudoso e aclamado Bar do Stuart - que é muito apreciado por idosos, artistas, líderes e afins do MST e movimentos sindicais - dois tragos de pinga pura e uma pestanada de olhos abertos bastam pra ele seguir viagem...

Viagem que ninguem imagina para onde ou para quando, também não se sabe quem o espera e se ele mesmo espera chegar a algum lugar, na verdade acho que a vida espera por ele como se ele tivesse o dom de não estar nem aí e aqui, de administrar o tédio que é possível notar em suas rugas e expressões.

Ele é a inspiração inicial da minha primeira série de produções em linóleogravura.

Segue abaixo algumas fotos com detalhes da matriz e da impressão: